Egressos do Programa de Pós-Graduação em Geografia - UFC

Desde a sua criação, o Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFC desenvolve uma política sistemática de acompanhamento de seus egressos, alinhada às diretrizes da CAPES. Para isso, mantém um banco de dados constantemente atualizado, com informações provenientes dos próprios ex-alunos e de informantes qualificados vinculados ao programa.

O levantamento mais recente foi realizado em 2024, abrangendo os egressos que concluíram suas formações entre 2020 e 2024. As informações obtidas foram fundamentais tanto para subsidiar o planejamento de ações estratégicas para o próximo quadriênio quanto para atender às demandas das agências de fomento, oferecendo um panorama das percepções, trajetórias e inserções profissionais dos mestres e doutores formados no período.

A pesquisa contemplou dados sobre a modalidade do curso, ano de conclusão, ocupação atual, além de questões relacionadas aos impactos da formação, competências desenvolvidas, avaliações sobre o programa e sugestões de aprimoramento.

No Gráfico 1, observa-se que a maior proporção de cursos concluídos corresponde ao Doutorado, representando 45,7% do total. Em seguida, os cursos de Mestrado somam 42,4%. A menor parcela, equivalente a 12%, refere-se a egressos que concluíram tanto o Mestrado quanto o Doutorado no programa.

 

Gráfico 1 - Quantitativo de cursos concluídos (Mestrado e Doutorado).

Fonte: PPGGeo (2024).

O Gráfico 2 apresenta a distribuição dos egressos por ano de conclusão, no período de 2020 a 2024. Observa-se que, em 2020, 17 alunos concluíram seus cursos, representando 18,48% do total. O ano de 2021 registrou o menor número de egressos do período, com apenas 7 concluintes, equivalente a 7,61%. Em 2022, houve um aumento expressivo, totalizando 21 egressos, o que corresponde a 22,83%. O maior quantitativo foi registrado em 2023, com 26 concluintes, representando 28,26% do total. Por fim, em 2024, o número de egressos permaneceu elevado, com 21 alunos, repetindo o mesmo percentual observado em 2022 (22,83%).

 

Gráfico 2 - Ano de conclusão (2020 a 2024).

Fonte: PPGGeo (2024).

O Gráfico 3 ilustra a distribuição das profissões exercidas pelos egressos do PPGGeo, revelando uma forte concentração na área da educação, tanto no ensino básico quanto no superior. A profissão mais prevalente é a de Professor(a) do Ensino Básico, ocupando 26% (24 indivíduos) dos egressos.

Subsequentemente, 23,9% (22 indivíduos) atuam como Professor(a) Universitário(a) em instituições públicas. A função de Técnico(a) em instituições públicas também se mostra significativa, compreendendo 11,9% (11 indivíduos). Adicionalmente, 9,7% (9 indivíduos) dos egressos estão inseridos em outras profissões associadas à sua formação no programa, o que demonstra a amplitude de atuação.

As categorias 'Outros' e 'Exercendo a pós-graduação' representam 7,6% (7 indivíduos) e 6,5% (6 indivíduos), respectivamente. A última categoria sugere que uma parcela dos egressos opta por prosseguir com a formação acadêmica em outro nível. Com percentuais menos expressivos, encontram-se os Técnicos em instituições privadas (5,4%) e os Professores Universitários em instituições privadas (4,3%). Notavelmente, apenas um egresso (1,08%) declarou não estar exercendo atividade profissional, o que evidencia uma alta taxa de inserção e empregabilidade dos formados pelo programa no mercado de trabalho.

 

Gráfico 3 - Profissão exercida pelos egressos.

Fonte: PPGGeo (2024).

 

O Gráfico 4 apresenta a percepção dos egressos, quanto ao impacto das disciplinas e demais atividades curriculares em sua formação acadêmica e profissional. A avaliação foi realizada em uma escala de 1 a 5, na qual 1 representa “Baixo Impacto” e 5 corresponde a “Alto Impacto”. Os dados indicam uma percepção majoritariamente positiva, sendo que 63,04% dos respondentes (58 indivíduos) atribuíram a nota máxima, sinalizando alto impacto na sua formação. Além disso, 28,26% (26 indivíduos) avaliaram com nota 4, indicando impacto considerável. Atribuições de impacto médio (nível 3) foram feitas por apenas 6,52% (6 indivíduos). 

As avaliações mais baixas são pontuais, representando apenas 1,09% cada uma nos níveis 2 e 1, evidenciando que a percepção de baixo impacto é praticamente inexistente entre os egressos. Esses resultados reforçam a relevância e a qualidade das atividades acadêmicas desenvolvidas no âmbito do programa.

 

Gráfico 4 - Impacto das disciplinas e demais atividades curriculares promovidas pelo PPGGeo na formação do aluno egresso.

Fonte:PPGGeo (2024).

O Gráfico 5 apresenta a percepção dos egressos sobre o impacto das atividades de internacionalização, participação em eventos e intercâmbios, tanto nacionais quanto internacionais, em sua formação acadêmica. A avaliação foi realizada em uma escala de 1 a 5, sendo 1 equivalente a “Baixo Impacto” e 5 a “Alto Impacto”.

A maioria dos respondentes, 45,7% (42 indivíduos), atribuiu nota máxima, indicando que essas atividades tiveram um alto impacto em sua trajetória formativa. Em seguida, observa-se que 19,6% (18 indivíduos) avaliaram com nível 4, representando um impacto moderadamente alto.

Por outro lado, uma parcela relevante dos egressos, 26,1% (24 indivíduos), classificou o impacto como médio ou neutro (nível 3), sinalizando que para esse grupo as atividades não foram determinantes, embora tenham algum valor.

As avaliações mais baixas foram minoritárias, mas expressivas em comparação aos outros aspectos avaliados: 5,4% (5 indivíduos) atribuíram nota 2 e 3,3% (3 indivíduos) nota 1, indicando percepção de baixo ou muito baixo impacto.

Esses dados refletem que, embora a maioria reconheça a importância dessas ações, ainda existem desafios para ampliar e consolidar as oportunidades de internacionalização no âmbito do programa.

 

Gráfico 5 - Impacto das atividades de internacionalização, eventos e intercâmbios nacionais e internacionais promovidos pelo PPGGeo.

Fonte:PPGGeo (2024).

O Gráfico 6 apresenta a percepção dos egressos sobre o impacto das interações e atividades desenvolvidas nos grupos de pesquisa em sua formação acadêmica e profissional. A avaliação foi realizada em uma escala de 1 a 5, na qual 1 representa “Baixo Impacto” e 5 corresponde a “Alto Impacto”.

Os dados indicam que a participação em grupos de pesquisa exerce um papel fundamental na trajetória dos egressos, sendo avaliada majoritariamente de forma positiva. A maior parte dos respondentes, 63% (58 indivíduos), atribuiu a nota máxima, reconhecendo um alto impacto dessas atividades em sua formação. Além disso, 18,5% (17 indivíduos) avaliaram com nota 4, indicando um impacto moderadamente alto.

Por outro lado, 12% (11 indivíduos) classificaram o impacto como neutro ou médio, sugerindo que, para esse grupo, a participação nos grupos de pesquisa teve relevância, mas não foi determinante.

As avaliações de baixo impacto foram pontuais e minoritárias, com 4,3% (4 indivíduos) atribuindo nota 2 e apenas 2,2% (2 indivíduos) indicando nota 1, correspondente a “Baixo Impacto”.

Esses resultados reforçam a importância dos grupos de pesquisa como espaços formativos essenciais no desenvolvimento acadêmico, científico e profissional dos pós-graduandos do programa.

 

Gráfico 6 - Impacto das interações e atividades dos grupos de pesquisa instituídos no PPGGeo.

Fonte:PPGGeo (2024).

 

O Gráfico 7 apresenta a percepção dos egressos sobre o impacto das infraestruturas gerais e laboratoriais disponibilizadas pelo programa em sua formação acadêmica e profissional. A avaliação foi realizada em uma escala de 1 a 5, sendo 1 equivalente a “Baixo Impacto” e 5 a “Alto Impacto”.

Os dados demonstram uma percepção majoritariamente positiva, indicando que as condições de infraestrutura oferecidas contribuíram significativamente para a formação dos egressos. Quase metade dos respondentes, 48,9% (45 indivíduos), atribuiu nota máxima (nível 5), sinalizando alto impacto das infraestruturas na sua trajetória acadêmica. Além disso, 33,7% (31 indivíduos) avaliaram com nota 4, o que revela uma percepção de impacto moderadamente alto.

Por outro lado, 14,1% (13 indivíduos) atribuíram nota 3, indicando que, para esse grupo, o impacto das infraestruturas foi percebido como médio ou neutro, sem ser determinante, mas ainda assim relevante.

As avaliações de baixo impacto foram pontuais e pouco representativas. Apenas 2,2% (2 indivíduos) atribuíram nota 1 (“Baixo Impacto”) e 1,1% (1 indivíduo) indicou nota 2, evidenciando que a percepção negativa sobre as infraestruturas é praticamente residual entre os egressos.

Esses resultados reforçam a importância da manutenção e contínua qualificação dos espaços laboratoriais e das condições gerais oferecidas pelo programa, como elementos estruturantes na formação acadêmica e científica dos pós-graduandos.

 

Gráfico 7 - Impacto das infraestruturas gerais e laboratoriais oferecidas pelo PPGGeo.

 Fonte: PPGGeo (2024).

 

O Gráfico 8 apresenta a percepção dos egressos sobre o impacto do acervo bibliográfico e das plataformas digitais de pesquisa, como repositórios e portais, disponibilizados pelo programa em sua formação acadêmica e no desenvolvimento de suas pesquisas. A avaliação foi realizada em uma escala de 1 a 5, na qual 1 representa “Baixo Impacto” e 5 corresponde a “Alto Impacto”.

Os dados evidenciam que os recursos bibliográficos e digitais são considerados altamente relevantes na formação dos egressos. A maioria expressiva dos respondentes, 65,2% (60 indivíduos), atribuiu a nota máxima, indicando que esses recursos tiveram um impacto fundamental em suas trajetórias acadêmicas. Além disso, 23,9% (22 indivíduos) avaliaram com nota 4, sinalizando um impacto moderadamente alto.

Por outro lado, 7,6% (7 indivíduos) atribuíram nota 3, demonstrando uma percepção de impacto neutro ou médio, sugerindo que, para esse grupo, esses recursos foram úteis, mas não plenamente determinantes em sua formação.

As avaliações de baixo impacto foram praticamente residuais. Apenas 3,3% (3 indivíduos) atribuíram nota 1, correspondente a “Baixo Impacto”, e nenhum egresso indicou nota 2, o que reforça a percepção majoritária sobre a importância e efetividade dos acervos e plataformas digitais disponibilizados pelo programa.

Esses resultados destacam o papel central dos recursos bibliográficos e digitais no apoio às atividades de pesquisa e na formação acadêmica dos pós-graduandos, além de apontarem para a necessidade de sua contínua atualização e fortalecimento.

 

Gráfico 8 - Impacto do acervo bibliográfico e das plataformas digitais (repositórios, portais, etc) de pesquisa disponibilizadas pelo PPGGeo.

Fonte: PPGGeo (2024).

Quanto aos resultados das perguntas subjetivas, referente às habilidades adquiridas ou lapidadas durante sua formação técnica-acadêmica no programa das atividades profissionais atuais. Destaca-se que os egressos apontam que as habilidades adquiridas durante a formação foram fundamentais para sua atuação profissional, tanto em ambientes acadêmicos quanto em espaços técnicos e institucionais.

De forma geral, destacam-se como principais competências desenvolvidas:

  • Aprimoramento técnico-científico, com fortalecimento da capacidade analítica, da fundamentação teórica, da escrita acadêmica e da elaboração de relatórios, pareceres e projetos.
  • Domínio de metodologias de pesquisa, incluindo pesquisa de campo, análise de dados, aplicação de questionários, entrevistas, além de metodologias participativas e interdisciplinares.
  • Habilidades em geotecnologias, com forte ênfase no uso de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), sensoriamento remoto, cartografia digital e produção de mapas aplicados à análise socioambiental e ao planejamento territorial.
  • Capacidades voltadas para a docência, como aprimoramento da didática, elaboração de materiais didáticos, condução de grupos de estudo, orientação de discentes, além de habilidades de oratória e comunicação.
  • Desenvolvimento de competências sociointerativas, como liderança, articulação com diferentes atores sociais, mediação de conflitos, trabalho em equipe e fortalecimento dos vínculos institucionais.
  • Planejamento e gestão de projetos, tanto acadêmicos quanto técnicos, com ênfase na elaboração, monitoramento e avaliação de projetos socioambientais, territoriais, educacionais e de extensão.
  • Capacidade de análise crítica de políticas públicas, especialmente no contexto de atuação no setor público, ONGs, consultorias e instituições privadas, incluindo temas atuais como mudanças climáticas, transição energética e expansão das energias renováveis.
  • Fortalecimento ético e postura profissional, evidenciando responsabilidade social, compromisso com valores acadêmicos, científicos e comunitários.
  • Ampliação das redes acadêmicas e profissionais, por meio da participação em grupos de pesquisa, laboratórios, intercâmbios e eventos científicos, o que gerou oportunidades profissionais e reconhecimento no mercado.

Ainda que uma minoria dos respondentes relate que algumas dessas habilidades não estejam diretamente associadas às atividades que exercem atualmente, o conjunto das respostas indica que a formação no PPGGeo teve impacto relevante e positivo na qualificação técnica, acadêmica e na inserção profissional dos egressos em diversas áreas de atuação.

Quanto ao questionamento sobre o desenvolvimento de atividades de impacto social que os egressos têm desenvolvido atualmente, a exemplos de desenvolvimento de políticas públicas, consultorias, elaboração de projetos, assessorias a movimentos sociais ou entidades similares, participação em conselhos ou representações. Destacaram-se uma ampla gama de atividades de impacto social, com destaque para:

  • Elaboração e implementação de políticas públicas, especialmente nas áreas ambiental, urbana, educacional e territorial.
  • Consultorias técnicas e científicas, incluindo elaboração de estudos de impacto ambiental, planos de manejo, zoneamentos, regularização fundiária, criação de unidades de conservação e recuperação de áreas degradadas.
  • Desenvolvimento e gestão de projetos voltados à educação ambiental, agroecologia, conservação da biodiversidade, cultura alimentar e desenvolvimento sustentável.
  • Atuação junto a movimentos sociais e populações tradicionais, por meio de assessorias, apoio a processos de territorialização, defesa de direitos e fortalecimento de arranjos produtivos locais.
  • Participação em conselhos, comitês e instâncias colegiadas, contribuindo para processos de gestão pública, ética acadêmica, defesa civil e planejamento territorial.
  • Ações de extensão, pesquisa e ensino, com desenvolvimento de projetos comunitários, oficinas culturais, cineclubes, capacitações, formação de professores e acompanhamento de estudantes de baixa renda.
  • Uso de geotecnologias e análise espacial para suporte à gestão ambiental, planejamento urbano e desenvolvimento de soluções técnicas aplicadas a problemas socioambientais.

Também foram citadas atividades voltadas à divulgação científica, produção de materiais didáticos, participação em grupos de pesquisa e fortalecimento de redes acadêmicas e sociais. Por outro lado, uma parte dos respondentes indicou que não está, no momento, envolvida diretamente em atividades de impacto social, seja por limitações do mercado, transições profissionais ou atuação restrita à docência formal.

Por último, foi realizado um levantamento de opiniões sobre outros aspectos e características consideradas positivas do programa, bem como outros detalhamentos considerados relevantes para o egresso. Nesse espaço foi possível apontar, também, sugestões. 

Das sínteses das respostas à pergunta sobre os aspectos e sugestões para o PPGGeo, destacaram-se:

 

Aspectos Positivos

  • Corpo Docente Qualificado: Reconhecimento da excelência acadêmica e da diversidade temática dos professores.
  • Formação Sólida e Atualizada: Boa integração entre teoria, prática, pesquisa e extensão.
  • Infraestrutura e Apoio: Avaliação positiva da disponibilidade de laboratórios, apoio a atividades de campo e eventos acadêmicos.
  • Integração com a Graduação: Destaque para a articulação entre graduação e pós-graduação.
  • Contribuição para a Sociedade: Atuação do programa na formação de profissionais comprometidos com questões socioambientais e sociais.

 Demandas e Sugestões

  • Aumento das Bolsas e Ampliação do Tempo: Fortes críticas à redução da duração das bolsas de doutorado (38 meses) — reivindicam alinhamento com o padrão CAPES (48 meses).
  • Internacionalização: Solicitação de mais incentivo, recursos e apoio para intercâmbios, cotutelas e doutorado sanduíche, além de cursos de idiomas.
  • Atualização Curricular: Necessidade de mais disciplinas técnicas, especialmente nas áreas de geotecnologias, sensoriamento remoto, drones, Python, análise de dados e métodos aplicados ao mercado.
  • Aprimoramento das Disciplinas: Sugestões para melhorar a qualidade, organização e aderência das disciplinas às demandas contemporâneas.
  • Ampliação das Aulas de Campo: Mais práticas e atividades externas na pós-graduação.
  • Apoio à Saúde Mental: Propostas de rodas de conversa, palestras e espaços de acolhimento para estudantes.
  • Política de Reingresso: Criação de protocolos para permitir que alunos jubilados possam concluir suas pesquisas, evitando desperdício de investimento público.
  • Maior Parceria com o Setor Privado: Propostas para ampliar parcerias em PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação), atendendo demandas do mercado e da sociedade.
  • Expansão da Infraestrutura: Necessidade de mais espaço físico, melhorias em laboratórios e acesso a análises laboratoriais.