Descrição
O estudo sobre as representações do patrimônio imaterial põe em destaque o desafio científico de interpretar a festa religiosa na prática pedagógica do professor de geografia. A festa e suas dinâmicas socioambientais costumam marcar profundamente a identidade das comunidades rurais e urbanas, cearenses e nordestinas. Contudo, a gestão desses sistemas do patrimônio cultural tende a ser marginalizado da organização dos conteúdos curriculares da disciplina geográfica. Mesmo considerando a busca de um ensino/aprendizagem mais ?próximo? a realidade discente, o professor de geografia tem dificuldade em reduzir essa ?distância? da realidade cultural. Que motivos levam a esse distanciamento pedagógico? Um imaginário que segrega a festa como um recurso não-educativo, como mero costume primitivo? Ou planejamento tão reducionista que não o permite explorar, no acontecer das festividades, os diversos elementos conceituais de uma Geografia renovada? A possibilidade de avaliar qualitativamente essa contradição proximidade/distância conduziu-nos à escolha de oito cidades cearenses (Caucaia, Canindé, Chorozinho, Fortaleza, Juazeiro do Norte, Quixadá, São Benedito, Sobral e Tabuleiro do Norte) que, ao longo do ano realizam importantes festejos religiosos, atraindo visitantes muito além de suas divisas municipais. A metodologia proposta pretende selecionar escolas e dessas municipalidades para desenvolver um sistema de entrevistas e registros fotográficos e documentais a respeito dos vínculos da geografia escolar com a festa religiosa. Pretende-se, portanto, caracterizar, com base no conceito de geograficidade de Eric Dardel, o quanto o planejamento da geografia ensinada pode ser potencializado pela valorização pedagógica do patrimônio. Desde que o imaginário do professor de Geografia envolva a festa como conteúdo curricular.

Situação
Em Andamento

Natureza
Pesquisa

Financiador(es)
CNPq

Equipes envolvidas
Laboratório de Estudos Geoeducacionais

Coordenação
Prof. Dr. Christian Dennys Monteiro de Oliveira